Sobre as coisas não ditas

29 de dezembro de 2016

Esses dias acordei e me peguei pensando em você. Durante a noite, tive um sonho com nós dois. Achei estranho, porque afinal, já fazia um tempo que eu havia deixado de pensar em você.

No sonho sentávamos em um parque. Você me contava seus sonhos e o que já tinha conquistado até então. Tentava me impressionar, como uma forma de fazer voltarmos ao que era antes.

Mas não foi bem assim que aconteceu. Eu retruquei e disse que não tinha como voltar depois de todas as coisas que você fez e me magoaram. Disse que por mais que eu quisesse ficar o melhor a fazer era ir embora, porque a única coisa que poderíamos fazer era nos magoar outra vez.

Eu acordei. Fiquei pensando nisso por um bom tempo. Porque quando fui embora, para não te magoar eu escolhi não dizer nada. Escolhi não dizer tudo o que eu sentia, tudo o que eu pensava sobre algumas coisas que você fazia e que me chateavam bastante. Porque afinal era besteira. Eu não tinha motivo para me importar tanto. Ninguém se importa tanto, ninguém liga para os sentimentos de ninguém.

Em um mundo de superficialidades, aparências e distâncias, eu só estava pondo em prática o que aprendi.

Mas pelo jeito não era assim que meu cérebro pensava. Dentro de mim ainda havia um turbilhão de coisas não ditas, de sentimentos e mágoas que não passaram.


Você nunca entendeu porque eu fui embora. Fui embora porque você nunca me deu motivos suficientes para ficar. Sua superficialidade e sua tentativa de manter todos afastados deu certo, e eu finalmente percebi que insistir como eu estava fazendo, só ia continuar me machucando.

Não é assim que ensinam nos romances. Sempre nos ensinam que a mocinha boa e ingênua vai atrás do amor da sua vida até convencê-lo de que ela pode fazê-lo feliz e ficarem juntos pra sempre. Mas nunca dizem que a realidade nem sempre tem finais felizes.

Eu espero, de todo meu coração, que você seja feliz. O que eu senti por você foi suficiente para que eu nunca seja capaz de te desejar o mal. Mas não seremos felizes juntos.



E agora eu estou em paz. Por todas as coisas não ditas que se acumularam por tanto tempo.

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