Sabe esses dias me peguei pensando nos relacionamentos de hoje em dia. Em plena era digital, com infinitos aplicativos do tipo Tinder, Happn, MeetMe, entre outros, se tornou infinitamente mais fácil encontrar uma "alma gêmea".
Conversa vem, conversa vai, descobre-se os pontos em comum. Vem aquela empolgação inicial, aquela vontade de conhecer, de saber quem é aquela pessoa que se parece tanto com você.
Por fim chega o dia. Conversa aqui, conversa ali, um beijo e você está totalmente apaixonado. Quer ver a pessoa mais vezes, quer saber do trabalho, do cachorro, do jogo de futebol, dos filmes, das séries que assiste.
Tudo vai muito bem até que vem a primeira decepção. Um encontro desmarcado, um vácuo, uma palavra errada, e acabou. Sem mais mensagens, "parte para a próxima". Afinal, o que é um a menos no oceano de contatinhos, não é mesmo?
Nossa geração está marcada pelo egoísmo e pela superficialidade. Uma geração que parte em busca do prazer e que desconhece a empatia. Uma geração que valoriza mais o número de seguidores no Facebook e o número de curtidas no Instagram do que a pessoa real por trás daquele perfil.
A regra hoje em dia é ser livre e demonstrar desapego. Relacionamentos? Fuja como o diabo foge da cruz! As decepções amorosas criaram a regra de que para ser feliz você "não deve se apegar", o que é palavra de lei para "seja superficial".
Falar sobre sentimentos, é considerado hoje fora de moda. Ser profundo é considerado sinal de problemas. Cantar, escrever poesias, cartas? Jamais! Isso é tão "brega"!
Mas os efeitos desse comportamento já estão se fazendo sentir, Uma geração vazia, sem conteúdo, com inúmeros bloqueios sentimentais e dificuldades para lidar com isso. Uma geração com o maior número de transtornos psicológicos já vista, com uma alta taxa de suicídio, em relação às décadas anteriores, o que destoa, tendo em vista a melhoria da qualidade de vida. Isso sem entrar no mérito do crescente aumento do número de divórcios da última década.
Enfim, devemos repensar nossos ideais de relacionamentos, e reinventar nossa forma de demonstrar sentimentos. Caso contrário, a superficialidade e efemeridade continuarão a assombrar os relacionamentos, e nossas vidas serão resumidas a um paradoxo de agendas cheias repletas de relações vazias.
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