Nem fria nem quente... apenas ela mesma

27 de dezembro de 2016

Ela nem sempre foi assim... Já foi fria, como um iceberg, fechada em si mesma, perdida nos seus pesadelos, imersa nos seus pensamentos, alheia aos sentimentos e emoções dos outros.



Mas ela mudou. Passou a observar as pessoas, conheceu a sinceridade, a alegria, a amizade verdadeira, entendeu o valor da empatia e da simpatia pelo outro. Conheceu a paixão, voraz, avassaladora. Então se tornou sol, intensa, impetuosa como uma chuva de verão.



Mas não se sentiu completa. Ser  sempre sol cansava, e sua intensidade passou a ser superficial.

Então de novo ela mudou. 

Aprendeu a equilibrar o verão e o inverno, e se tornou primavera-outono. O morno, que antes para ela era inadmissível, agora era uma necessidade. O equilíbrio, a ponderação. A razão e a emoção.

Aprendeu que intensidade demais machuca, e frieza demais afasta. Entendeu que assim como as estações, sua vida passava por períodos, e que ela precisava entender o segredo do equilíbrio para manter sua sanidade.

Hoje, quem olha para ela diz que ela é fria, ou que é talvez intensa demais. Mas, ao contrário de antes, para ela isso não faz mais diferença. Por que ela controla suas emoções e sabe quando e para quem deve demonstrá-las. Sabe quando ser forte e quando mostrar seu lado vulnerável.



Ah, mas não se engane. Ela já foi iludida, então a única opção que lhe restou foi ser forte. Então não se intimide, não pense que ela é absoluta e imutável. Ela é sim vulnerável, mas só vai demonstrar isso para quem demonstrar ser capaz de cuidar dos seus sentimentos, de aquecê-la nos dias de inverno, de refrescá-la nos dias de calor.


No fim das contas, ela conseguiu. Aprendeu a controlar a bagunça, o turbilhão de sentimentos dentro dela. Então, o que para você é uma máscara de impassibilidade, na verdade é um exercício diário de autocontrole do caos de emoções dentro dela.
Ela não é exagerada; dizer isso seria diminuí-la; ela só tem mania de sentir tudo infinitamente.
 Zack Magiesi  

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